O porquê de você não conseguir aprender outra língua
Foto: DREAMS - Elite Daily
Nesses poucos dezesseis anos e meio de vida, já ouvi de tudo
sobre idiomas: gente que diz que prefere deixar para estudar gramática depois,
gente que diz que não adianta aprender um idioma se não estiver no país de
origem do mesmo, gente que diz que a melhor coisa para se fazer em uma viagem
ao exterior é unir-se a um grupo de brasileiros, e coisas assim. Agora você
entenderá, por meio dessas afirmações, o motivo de não conseguir aprender um
idioma estrangeiro.
Vamos lá: se você concorda com uma dessas afirmações, é
porque realmente possui dificuldades com a língua que deseja estudar. Já
devemos começar pela primeira afirmação: não, não podemos deixar de estudar
gramática. "Deixar para depois" não é uma das melhores opções para
nenhum aprendizado, muito menos de idiomas. É possível associar, ludicamente,
idiomas a um determinado instrumento musical. Seu aprendizado exige treino
constante, e não é válido somente aprender coisas novas sem retomar as que já
foram aprendidas. Além disso, quanto mais cedo você aprender aquilo que causa
dor de cabeça, melhor será para a sua memorização futura.
É válido lembrar, porém, que o aprendizado não se resume a
apenas um dos fatores de uma disciplina: gramática, sozinha, não compõe uma
língua. É preciso estudar desde conversação cotidiana até dissertação escrita
ou até mesmo oral. Não podemos esquecer que a ortografia e a proficiência
também fazem parte do estudo.
Sobre precisar estar no país para aprender o idioma, nem
preciso dizer quão falsa tal afirmação é. Muitas pessoas ficam anos realizando
intercâmbio no exterior e voltam sem a proficiência desejada. O motivo é
simples: não basta estar no local e agrupar-se com brasileiros (não que seja
ruim, mas o português não pode ser a única língua presente no seu cotidiano lá
fora), faz-se necessário entrar em contato com o seu idioma estudado todos os
dias: com filmes, músicas, conversas no skype, sites de relacionamento...
Sempre! Mesmo que você esteja aqui no Brasil. O começo deve ser aqui, por meio
das suas atitudes. Lá fora você poderá colocar tudo em prática, e não digo que
deve esquecer o português, pois é bom entrar em contato com sua língua nativa,
relembrar canções brasileiras, brincar, divertir-se com os amigos conterrâneos,
etc. Mas é preciso ter um equilíbrio fixo entre os dois idiomas. Do contrário,
ir ao país não te acrescentará em nada aos estudos.
Vamos lembrar, portanto, daquelas velhas dicas que todos os
bons professores normalmente dão (ou deveriam dar): entre SEMPRE em contato com
a língua estudada. Você não deve apenas estudá-la, deve vivê-la. Deve imaginar
como uma determinada frase em português pode ficar no outro idioma a todo
instante. Você pode brincar com o seu cachorro falando em inglês, você pode se
olhar no espelho e criar diálogos imaginários, você pode e deve estudar
substantivos todos os dias, pois apenas regras gramaticais podem te fazer o
melhor dos escritores, mas sem palavras... não há língua!
A última dica é simplesmente a primeira: estude e continue
estudando. Nunca pense que você não irá mais utilizar aquela regrinha aprendida
no primeiro ciclo, nunca deixe de estudá-la. Como já foi dito, associe a língua
sempre a um instrumento musical: alguns músicos levam anos para reproduzirem
uma música com tamanha perfeição, repetindo-a, no mínimo, cinquenta vezes até alcançar
o tom desejado. Então já sabe: larga essa preguiça e boooora praticar!
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